Primos é o
que somos
Ainda
pequenos me recordo dos poucos encontros na sua casa
Lembro-me
da rede que ficava na varanda
Da tia a
resmungar e o tio fissurado pelo Vasco
Da piscina
que você já começava a nadar e eu com medo de entrar
Não a
culpa entre nós
Afinal
éramos crianças
O problema
já existia
Já estava
consolidado
Sinto-me
condenada pelas circunstâncias
Olho para
trás e só vejo um ponto de interrogação
Uma
saudade dos que foram
Uma
tristeza pelas maldades do meu pai
Um enorme
vazio pela frieza do tio
Você
alguma vez viu a L.?
Uma
inocente no meio de um fogo cruzado
Um bebê já
condenado ao desprezo
Se você me
perguntar e agora o que fazer?
Eu não sei
te responder
Muitas
vezes tentei me aproximar
Muitas
vezes quis sumir
Por pouco
não surtei
Gabriela Devaneios
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